domingo, 23 de janeiro de 2011

Pra fora!


O gesto encontra imagens semelhantes em vários fenômenos da natureza: o volume impressionante de um córrego atingido por uma tromba d'água, a força devastadora de um tornado, o abalo pelas placas tectônicas. Destruição? Não.

Renovação.

Quando de fato colocamos as coisas que nos incomodam para aqueles que nos incomodam, parece que somos atingidos por tudo isso. Pode ser doloroso, para quem fala e para quem está ali, diante do titã, mas ao mesmo tempo é um alívio de toda dor, toda a náusea, ansiedade... Ponha pra fora! Grite! Ou pode ser tarde demais....

sexta-feira, 21 de maio de 2010

O amor me enviou


So você mesmo amor:

Como é bom poder tocar você
Sentir seu cheiro e ser afagado pelo seus braços
Como é bom fazer parte da tua vida da tua história.
Quero chorar e sorrir ao teu lado,
Quero estar com você
Presente nos seus planos e futuros, ser somente seu.
Quero acreditar e faze- lo também acreditar quando as forças já não derem mais.
Quero lutar e corrigir as provas que nos forem postas.
Quero abraçar você sentir você por inteiro.
Olhar em seus olhos e encontrar o que encontrei naquela nossa noite.
So nossa
No nosso esconderijo secreto, na nossa forquilha.
Onde nossos diamantes são negros.
Nossa casa aparece
Nossos cães correm e latem por vitória
E os nossos confetes festejam a união das nossas vidas
Dando cor e alegria por estarmos aqui.
A vida é assim , simples assim ,
Quando damos atenção
Quando observamos o que o Universo reserva para nós
O olhar a frente
Amar sem medo do amor
Sentir e ser sentido
A vida é simples assim
Não tenha medo
Estou aqui
Segure na minha mão , estou aqui
Quando distante estiver ponha a mão sobre o seu coração ai também estarei
Não tenha receios
Me lembro ainda como se fosse hoje
Quando a campainha toquei
Se lembra?
Você foi quem girou a chave
E desde então na tua vida entrei
Estou aqui , na tua vida
Ao teu lado
E com várias cópias destas tuas chaves.
Darling te adoro, .............................

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Bethânia

Vida, minha vida

Olha o que é que eu fiz

Deixei a fatia

Mais doce da vida

Na casa dos homens

De vida vadia

Mas, vida, ali

Quem sabe, eu fui feliz (2x)



Luz, quero ser luz

Sei que além das cortinas

São palcos azuis

E infinitas cortinas

Com palcos atrás

Arranca, vida

Estufa, veia

E pulsa, pulsa, pulsa

Pulsa, pulsa mais

Mais, quero mais

Nem que todos os barcos

Recolham o cais

Que os faróis da costeira

Me lancem sinais

Arranca, vida

Estufa, vida

Me leva, leva longe

Longe, leva mais

Vida, minha vida



Olha o que é que eu fiz

Toquei na ferida

Nos nervos, nos fios

Nos olhos dos homens

De vidas sombrias

Mas, vida, ali

Eu sei, eu fui feliz

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

À Terra Provisória

Adeus cimos e vales e veredas,

e bosques e clareiras e campinas

soltas ao vento, sacudindo as crinas

das espigas de sol na luz de seda.

Adeus troncos e copas e alamedas,

esmeraldas selvagens que as neblinas

salpicavam de prata, adeus colinas

que iam subindo como labaredas

de cobalto no ar... Adeus beleza

irrepetível, que me viu nascer

e toca-me deixar: a natureza

também é feita de deixar de ser,

e eu levo agora a sombra e deixo a presa

à luz do provisório amanhecer (*)

À Terra Provisória - Bruno Tolentino

ouça aqui, o ator Juca de Oliveira declamar "À TERRA PROVISÓRIA"
http://www.bandnewsfm.com.br/audio/JUCA_0311.mp3

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Reflexões

“A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê, perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê, já passaram-se 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado.
Se me fosse dada, um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando, pelo caminho,
a casca dourada e inútil das horas.
Desta forma, eu digo:
Não deixe de fazer algo que gosta devido à falta de tempo,
pois a única falta que terá
será desse tempo que infelizmente não voltará mais.”

— Mário Quintana

quinta-feira, 30 de julho de 2009

The Cab Driver And The Old Lady

Twenty years ago, I drove a cab for a living.
When I arrived at 2:30 a.m., the building was dark except for a single light in a ground floor window. Under these circumstances, many drivers would just honk once or twice, wait a minute, then drive away.

But, I had seen too many impoverished people who depended on taxis as their only means of transportation. Unless a situation smelled of danger, I always went to the door. This passenger might be someone who needs my assistance, I reasoned to myself. So I walked to the door and knocked. "Just a minute", answered a frail, elderly voice.

I could hear something being dragged across the floor. After a long pause, the door opened. A small woman in her 80's stood before me. She was wearing a print dress and a pillbox hat with a veil pinned on it, like somebody out of a 1940s movie. By her side was a small nylon suitcase.

The apartment looked as if no one had lived in it for years. All the furniture was covered with sheets. There were no clocks on the walls, no knickknacks or utensils on the counters. In the corner was a cardboard box filled with photos and glassware. "Would you carry my bag out to the car?" she said.

I took the suitcase to the cab, then returned to assist the woman. She took my arm and we walked slowly toward the curb. She kept thanking me for my kindness. "It's nothing", I told her. "I just try to treat my passengers the way I would want my mother treated". "Oh, you're such a good boy", she said.

When we got in the cab, she gave me an address, then asked, "Could you drive through downtown?" "It's not the shortest way," I answered quickly. "Oh, I don't mind," she said. "I'm in no hurry. I'm on my way to a hospice". I looked in the rear-view mirror. Her eyes were glistening. "I don't have any family left," she continued. "The doctor says I don't have very long."

I quietly reached over and shut off the meter. "What route would you like me to take?" I asked. For the next two hours, we drove through the city. She showed me the building where she had once worked as an elevator operator.

We drove through the neighbourhood where she and her husband had lived when they were newlyweds. She had me pull up in front of a furniture warehouse that had once been a ballroom where she had gone dancing as a girl. Sometimes she'd ask me to slow in front of a particular building or corner and would sit staring into the darkness, saying nothing.

As the first hint of sun was creasing the horizon, she suddenly said, "I'm tired. Let's go now." We drove in silence to the address she had given me. It was a low building, like a small convalescent home, with a driveway that passed under a portico. Two orderlies came out to the cab as soon as we pulled up. They were solicitous and intent, watching her every move. They must have been expecting her.

I opened the trunk and took the small suitcase to the door. The woman was already seated in a wheelchair. "How much do I owe you?" she asked, reaching into her purse. "Nothing," I said. "You have to make a living," she answered. "There are other passengers," I responded. Almost without thinking, I bent and gave her a hug. She held onto me tightly. "You gave an old woman a little moment of joy," she said. "Thank you." I squeezed her hand, then walked into the dim morning light.

Behind me, a door shut. It was the sound of the closing of a life. I didn't pick up any more passengers that shift. I drove aimlessly lost in thought. For the rest of that day, I could hardly talk. What if that woman had gotten an angry driver, or one who was impatient to end his shift? What if I had refused to take the run, or had honked once, then driven away? On a quick review, I don't think that I have done anything more important in my life.

We're conditioned to think that our lives revolve around great moments. But great moments often catch us unaware-beautifully wrapped in what others may consider a small one.

PEOPLE MAY NOT REMEMBER EXACTLY WHAT 'YOU DID, OR WHAT YOU SAID, BUT THEY WILL ALWAYS REMEMBER HOW YOU MADE THEM FEEL.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Telefone (a.k.a Quando era Criança)

Quando eu era criança, bem novinho, meu pai comprou o primeiro telefone da nossa vizinhança. Eu ainda me lembro daquele aparelho preto e brilhante que ficava na cômoda da sala. Eu era pequeno para alcançar o telefone, mas ficava ouvindo fascinado enquanto minha mãe falava com alguém. Então, um dia eu descobri que dentro daquele objeto maravilhoso morava uma pessoa legal. O nome dela era "Uma informação, por favor" e não havia nada que ela não soubesse. "Uma informação, por favor" poderia fornecer qualquer número de telefone e até a hora certa.
Minha primeira experiência com esse gênio-na-garrafa veio um dia em que minha mãe estava fora, na casa de um vizinho. Eu estava na garagem mexendo na caixa de ferramentas quando bati em meu dedo com um martelo. A dor era terrível mas não havia motivo para chorar, uma vez que não tinha ninguém em casa para me oferecer a sua simpatia. Eu andava pela casa, chupando o dedo dolorido até pensei: o telefone!

Rapidamente fui até o porão, peguei uma pequena escada que coloquei em frente à cômoda da sala. Subi na escada, tirei o fone do gancho e segurei contra o ouvido. Alguém atendeu e eu disse "Uma informação por favor". Ouvi uns dois ou três cliques e uma voz suave e nítida falou em meu ouvido. "Informações". "Eu machuquei meu dedo...", disse, e as lágrimas vieram facilmente, agora que eu tinha audiência. "A sua mãe não está em casa?", ela perguntou. "Não tem ninguém aqui...", eu soluçava. "Está sangrando?" "Não", respondi. "Eu machuquei o dedo com o martelo, tá doendo..." "Você consegue abrir o congelador?", ela perguntou. "Eu respondi que sim." "Então pegue um cubo de gelo e passe no seu dedo", disse a voz.

Depois daquele dia, eu ligava para "Uma informação, por favor" por qualquer motivo. Ela me ajudou com as minhas dúvidas de geografia e me ensinou onde ficava a Philaddelphia. Ela me ajudou com os exercícios de matemática. Ela me ensinou que o pequeno esquilo que eu trouxe do bosque deveria comer nozes e frutinhas. Então, um dia, Petey, meu canário, morreu. Eu liguei para "Uma informação, por favor" e contei o ocorrido. Ela escutou e começou a falar aquelas coisas que se dizem para uma criança que está crescendo. Mas eu estava inconsolável.
Eu perguntava: "Por que é que os passarinhos cantam tão lindamente e trazem tanta alegria pra gente para, no fim, acabar como um monte de penas no fundo de uma gaiola? Ela deve Ter compreendido a minha preocupação, porque acrescentou mansamente. "Paul, sempre lembre que existem outros mundos onde a gente pode cantar também..."
De alguma maneira, depois disso eu me senti melhor.

No outro dia, lá estava eu de novo. "Informações.", disse a voz já tão familiar. "Você sabe como se escreve "exceção?" Tudo isso aconteceu na minha cidade natal ao norte do Pacífico.
Quando eu tinha 9 anos, nós nos mudamos para Boston. Eu sentia muita falta da minha amiga. "Uma informação, por favor" pertencia àquele velho aparelho telefônico preto e eu não sentia nenhuma atração pelo nosso novo aparelho telefônico branquinho que ficava na nova cômoda na nova sala. Conforme eu crescia, as lembranças daquelas conversas infantis nunca saiam da minha memória.

Frequentemente, em momentos de dúvida ou perplexidade, eu tentava recuperar o sentimento calmo de segurança que eu tinha naquele tempo.

Hoje eu entendo como ela era paciente, compreensiva e gentil ao perder tempo atendendo as ligações de um molequinho. Alguns anos depois, quando estava indo para a faculdade, meu avião teve uma escala em Seatle. Eu teria mais ou menos meia hora entre os dois vôos. Falei ao telefone com minha irmã, que morava lá, por 15 minutos.

Então, sem nem mesmo sentir que estava fazendo isso, disquei o número da operadora daquela minha cidade natal e pedi: "Uma informação, por favor". Como um milagre, eu ouvi a mesma voz doce e clara que conhecia tão bem, dizendo: "Informações." Eu não tinha planejado isso, mas me peguei perguntando: "Você sabe como se escreve Exceção?" Houve uma longa pausa. Então, veio uma resposta suave: Eu acho que o seu dedo já melhorou, Paul." Eu ri. "Então, é voce mesma!", eu disse. "Você não imagina como era importante para mim naquele tempo." "Eu imagino", ela disse. "E você não sabe o quanto significava para mim aquelas ligações. Eu não tenho filhos e ficava esperando todos os dias que você ligasse". "Eu contei para ela o quanto pensei nela todos esses anos e perguntei se poderia visitá-la quando fosse encontrar a minha irmã. "É claro!", ela respondeu. "Venha até aqui e chame a Sally." Três meses depois eu fui a Seatle visitar minha irmã. Quando liguei, uma voz diferente respondeu: "Informações." Eu pedi para chamar a Sally. "Você é amigo dela?", a voz perguntou. "Sou, um velho amigo. O meu nome é Paul." "Eu sinto muito, mas a Sally estava trabalhando aqui apenas meio período porque estava doente. Infelizmente, ela morreu há cinco semanas." Antes que eu pudesse desligar, a voz perguntou: "Espere um pouco. Você disse que o seu nome é Paul?" "Sim" "A Sally deixou uma mensagem para você.

Ela escreveu e pediu para eu guardar caso você ligasse.

Eu vou ler para você.

A mensagem dizia: "Diga a ele que eu ainda acredito que existem outros mundos onde a gente pode cantar também. Ele vai entender."

Eu agradeci e desliguei. Eu entendi...